domingo, 7 de agosto de 2011

Menos uma loira de academia

Ontem não foi um dia fácil, não mesmo. Pelo contrário, começou horrível mas foi gradativamente melhorando - e bem nesse raio entre horrível e perfeito, eu estava saindo para curtir a night. O problema é que "curtir a noite" no meu caso é sair umas cinco e pouco e estar de volta em casa oito e meia, nove horas da noite.
A problemática toda envolve questões de responsabilidade com irmãos pequenos e etc. Às vezes é horrível, às vezes é ótimo porque meus amigos querem ir pra uns lugares chatinhos e ficar em casa na internet é melhor.

Bem, divertindo-me e voltando pra casa, eis que chego no terminal. Não o do centro, o específico da minha região. Aquele terminal é ótimo, sempre tem uns bêbados e drogados que fazem a gente rir pra caralho, e aparecem criaturas estranhas também. E sábado é perfeito, você sempre vê aquela galerinha animada pronta pra baladinha ou qualquer outra coisa chata do tipo, meninas de 13 anos salto 992398723489713434m saia que dá pra ver até a calcinha decotão etc.
Dá pra ver as velhas indo pro forró também, curiosamente com essas mesmas características. Mas fica feio. Velhas por favor levem mochilinha e usem essas roupas só lá no evento pros velhos, porque fica MUITO FEIO.
E dá pra ver muita gente cansada voltando do trabalho, porque trabalhar sábado é rotina pra muita gente.

Tinha achado um trio que nunca tinha visto antes, duas pareciam estar uns bons anos na faculdade (e pelo estilão delas, faziam Letras), a outra também parecia mas estava querendo fazer vestibular pra alguma coisa. Era a mais bonita das três, inclusive. Mas uma era muito forte (forte mesmo, não gorda, ela era normal mas uns músculos que nossa), a outra eu não lembro e a outra... muito alta, caralho, deve ter dois metros aquilo.
Nem fiquei prestando muita atenção porque eram características que as tornavam muito superiores a mim e, juntando a idade (deviam ter 20 e poucos, a PIOR idade pra um jovem observar do jeito convencional), não eram bons alvos para minha noite.

Então continuei ali, sentado, apenas me divertindo com meus bons book e olhando casualmente as coisas. "As coisas", no caso, um ônibus que eu pudesse pegar pra ir pra casa porque estava morrendo de vontade de terminar umas coisas na internet (só olha meu nype).
Eis que, muito tempo esperando, me aparece uma loirinha baixinha fortinha com a barriga de fora. Cara de quem tinha mais de trinta, corpinho de quem tinha dezoito, fiz a média aritmética e presumi que ela tinha aproximadamente vinte e quatro anos. Sei lá cara, não dava pra chutar idade certa, podia ter de 15 até 35 mas mais ou menos que isso era impossível. Qual a relação com a academia, daí? Na situação, ela estava usando uma roupa (ESPECIALMENTE A CALÇA, e o tênis) que ou ela voltava da academia ou... ela voltava da academia. Não tem outra explicação, desculpa.
Extremamente comunicativa, a mesma já chega abalando as estruturas do terminal conversando com os motoristas, cobradores, etc. todos pelo nome mesmo. Aparentemente conhecia todo mundo da região (não que eu seja BEM da região, eu compartilho a coluna vertebral de duas regiões da cidade). E conversava, conversava, conversava, enquanto eu apenas ficava na minha.
Por algum motivo ela decidiu que um bom lugar para ficar seria na minha frente. O corpo era válido, nada de alianças, não estava violando nenhuma regra do respeito virgem, era a hora dos meus faróis de milha ativarem. E ativaram. Mas só pra olhar, mesmo, não parecia uma senhorita para segundas intenções (se é que isso não era uma segunda intenção).

Eu sentadinho ali, na boa, fazendo minhas coisas, e ela vem me falar de seeeeeeeeeeexo??? e voltimeia prestando atenção nos assuntos. Coisa simples, nada de putarias, apenas conversas descontraídas de amigos - e olhares maliciosos pra mim, que disfarçava olhando pra rotatória ('balão' para leigos) para ver se meu ônibus estava chegando. Aí vem um engraçadinho e interrompe a história dizendo "é por isso que você não come ninguém".
Só tenho uma resposta pra você.
Sim, é por isso mesmo. Risos.
Mas voltando à história: passamos uns bons minutos nessa situação, até que a menina-mulher fala alto "ah, chegou meu ônibus! tchau". Daí eu olho pro ônibus. É o meu ônibus. CoMo É bOm VáRiOs MiNuToS oBsErVaNdO a MeSmA pEsSoA.
Não me veio a ideia de sentar num lugar com espaço pra mais um, pra conversar e tal e ver quais eram os pensamentos da moçoila, sei lá, apenas uma análise psicológica do território. Daí eu sentei no primeiro lugar pra um só que eu vi, e ela cogitou sentar na minha frente (ficou parada uns 6 segundos e tal, coisa séria), mas preferiu ficar um pouco mais pra frente pra conversar com o motorista (o ônibus era pequeno, daqueles com apenas umas seis fileiras, então eu estava na terceira e ela na primeira).

A troca de olhares continuou, mesmo que ela estivesse conversando casualmente com o motorista. Pelos meus cálculos, ela desceria depois de mim então não haveria problemas como cenas de filme pornô dentro do ônibus.
Depois eu percebi que meus cálculos estavam errados, mas não havia como ter cena de filme pornô dentro do ônibus porque... bem, ela desceria. No caso ela desceu em um ponto antes do meu, sendo que esse fica mais próximo de casa mas o caminho é menos seguro. Ao descer, a senhorita, por algum motivo não explicado (desequilíbrio?), colocou a mão no meu ombro e saiu saltitando - o que fazia desde que tinha descido lá no terminal - com aquele sorriso de velha na cara.

Espero que isso não signifique nada porque teoricamente ela mora na mesma rua que eu.

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