sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Menos uma novinha marrom assanhada

Ontem não tava fácil pra ninguém, né. A noite já prometia ser uma merda, pelo fato do dia (fora de casa) ter sido uma merda.
Bem incomum eu sair de casa à tarde, mas no caso tinha que resolver umas coisinhas com o banco, saí apenas pra isso. Só que não consegui fazer nada. Não cheguei em casa puto por ter dado errado, mas confesso que estava irritadinho por ter sacrificado umas três horas do meu dia para nada - quem não estaria? Irritado o suficiente para não fazer nenhuma vítima em pleno centro da cidade, em pleno banco, o que daria um relato muito fresquinho para todos.

Bem, todo dia com uma falha tem um round 2. Como esperado, no ônibus. Mas em momento inesperado: ainda enquanto eu ia para minhas QUATRO humildes aulas de laboratório de eletricidade. É normal que mulheres estejam cansadas e fragilizadas na volta pra casa, mas eu não estava lidando com mulher ontem, estava lidando com novinha.
Uns momentos depois de ficar "irritadinho" com as questões do banco, eu estava puto. Comigo mesmo, no caso. É rotina estar atrasado, mas no dia fiquei uns quinze minutos atrasado e eu pego transporte público, então não fazia a menor ideia de quantas horas atrasado eu chegaria - me lembrava inclusive da linha só passar lá pras sete e meia de novo.

Sei que meio que me preocupei em vão: uns quinze minutos depois, outro ônibus estava pronto para me tolerar. Chegaria pouco tempo atrasado, ótimo. Formidável.
Daí eu entro no ônibus já no gás do atraso e, bem, estava vazio de alvos. Novinhas voltando da escola tarde, algumas mulheres mais velhas cansadas. Nada pra mim. Mas aparentemente pessoas não compartilhavam da mesma opinião, sobre mim, no caso.
Sento no meu lugar, nUmA bOuA, lugar para um só - não como de costume, mas o ônibus não estava lotado. Só que antes mesmo de fazer isso, noto uma novinha me fazendo uma verificação de metais com os olhos, coisa explícita mesmo, achei bizarro e olha que nem tinha notado que a mãe dela tava do lado.
Enfim, sentei-me e tentei observar quem entrava no ônibus para ver se achava alguém de meu interesse observativo, o que seria bem inútil porque eu fico tipo dez minutos no ônibus apenas (desço no meio do trajeto). Até achei, mas tinha sentado bem no meio e a mulher em questão tinha ido lá pra trás, eu é que não ficaria descarando assim em plenas sete e dez da noite.
Enquanto isso a novinha se aproximava. Lá da frente, ela tentou se aquietar, sentar no primeiro banco e tal, mas logo levantou e foi conversar com a mulher - que julgo ser sua mãe.
Se não fiz a descrição ainda? Ah sim. Se eu consegui ficar observando suas atitudes mesmo contra minha vontade (prefiro as mais velhas, de 15 pra baixo não faz meu tipo), é porque era bonita pra caralho. Pele morena, lábios carnudinhos, rosto bonito, meio baixinha mas com corpo de gente grande - o que dava mais destaque pra isso era uma calça MUITO colada, marrom (chuto a cor por motivos cuja revelação não é conveniente, mas é por aí), coincidindo com a cor da blusa e tal.

Mas enfim, continuando. Tinha parado na parte que ela estava tentando se aquietar e tinha falhado, né? Ah sim! Então vamos lá. Tinha um velho no banco da frente, né, daí ele de repente desceu... Porém, tu achas mesmo que ela sentaria nesse banco e tentaria do modo tradicional? PFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF, A MENINA É NOVA DEMAIS VELHO, NEM DEVE SABER O MÉTODO TRADICIONAL (que é uma bosta e por isso estão desistindo).
Na frente do banco do velho, tem aquela parte do ônibus para cadeirantes, né. Quase nunca ocupada por cadeirantes, sempre por um monte de gente que quer se apoiar em alguma parte do ônibus... Mas tinha lugares sobrando, ele estava vazio.
Pois a ameaçadora foi no PRIMEIRO daquele, o mais próximo de mim, e colocou seu querido bumbumzinho bem naquele caninho de plástico (qual o nome?) para minha apreciação direta. É mole? Daí é claro que fiquei balanceado, mas sou mestre na arte de observar sem ser notado e dava aquela olhadinha nos momentos permitidos pelo anonimato ocular. De vez em quando ela olhava pra minha cara só pra saber como eu tava reagindo, só que eu tenho muito mais experiência e, nesses momentos, estava sempre observando o movimento da rua... Aí eu olhava pra cara dela e fazia ela se sentir a stalker (porque era também, né) e olhar pra frente, uma verdadeira arte.
E quando ela dava aquelas mexidinhas? Puta merda. Não tava fácil pra ninguém.

Só que tudo o que é bom dura pouco e, nesse caso, poucos pontos antes do meu a mãe dela chamou (teve que chamar mesmo que ela estivesse na porta) ela pra descer do ônibus. Fiquei realmente chateado, mas a vida é assim mesmo e eu continuei no meu caminho.
Enquanto eu andava, comecei a pensar... E se no caso, a novinha não estivesse acompanhada da mãe, nem descesse naquele ponto? Será que eu pegaria? Acho que não.

Ela que não mexa comigo, que meu estilo é neuroticão.

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